domingo, 15 de abril de 2012

proposta II - trabalho final

Trabalho final e detalhe dos elementos utilizados.
Ensaio Teórico

Antes de mais é imperativo referir que este trabalho custou-me imenso a fazer. Primeiro, a total ausência de ideias e a dificuldade para escolher o tema, depois a incapacidade de combinar o que queria fazer com aquilo que conseguia fazer, de forma a conseguir a imagem mental que tinha. Não o consegui completamente, mas não fiquei demasiado longe.

Depois de larga reflexão na escolha do tema, acabei por decidir pela construção de um cartaz a anunciar um fictício concerto d'Os Passos em Volta. Logo desde início concebi o cartaz pensando na utilização de frases chave de músicas deles que, repetidas até à obsessão, iriam formar elementos visuais chave da designação da banda. As frases escolhidas foram "Quando descobri que não eras de verdade", "Hoje quero ser o que nunca fui, quero ser um santo popular" e "Vais ser fetra até morrer". Os elementos passariam por um círculo e uma pégada, ou um círculo de pegadas.

Assim, fui experimentando com alguns tipos de letra, mas o resultado era mais que insatisfatório. Experimentei usar composições feitas à mão. Apesar de estas ficarem mais próximas do que eu queria que as anteriores (abaixo exemplo), não registava suficiente o espírito perturbado que eu queria passar, reflexo das distorções da música dos Passos.

Voltei a trabalhar em formato digital, mas desta vez fiz uma maior busca de tipos de letra. Encontrei o Maybe Not Maybe, que traduzia muito bem o som dos Passos. A sua estética pouco cuidada, a forma como é preenchida, o seu estilo jovem, a ausência de serifa, etc. A partir daí, tratei de criar os elementos visuais e as informações chave. Enquanto trabalhava reparei no quão bem ficava uma barreira de texto, que ainda para mais, respeita conceptuamente a música: relembra a "the wall of sound" característica do shoegaze, estilo que faz parte da música dos Passos. O roxo de fundo foi escolhido por condizer com o som da banda.

"Good typography is (to quote Beatrice Warde) invisible; it allows the reader to focus on the content of the text without distraction, while at the same time giving the document a feel that complements, perhaps even enhances, that of the text."  (RUBINSTEIN, R. 1988). Assim, consegui que os dados essenciais sejam legíveis, enquanto a restante composição da tipografia funciona como complemento, neste caso, ajudando a identificar e perceber o evento em causa, consistindo numa representação gráfica da identidade da banda.

Ao contrário do anterior este foi um trabalho extremamente instintivo, em que as diversas partes do trabalho se iam juntando de forma a conseguir recriar a música. Ainda assim, apesar de não ser completamente agradável à visão, consegui criar uma imagem ao mesmo tempo obsessiva e ingénua, um retrato de uma adolescência qualquer, o som tão característico d'Os Passos em Volta, utilizando ainda elementos que permitem identificar a banda facilmente.

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